Escrevo e amo sem pensar e ainda estou à espera que a vida me diga se é um defeito ou uma qualidade.
domingo, 29 de novembro de 2015
Parece
Parece que ainda nem passou um ano desde o nosso ultimo beijo. E não passou. Mas desde que te deixei de amar parece que perdi a noção do tempo. Parece que a existência de um necessita da existência do outro.
Parece que foi o ano passado que te amava para sempre. E foi. Mas desde que o teu corpo começou a ser apenas mais um na multidão,o sentimento morreu sem ar num jardim que destruíste, o mesmo que plantámos juntos.
Parece que foi há dois anos que te toquei pela primeira vez. E toquei. Mas desde que as tuas mãos percorrem outros corpos e as minhas também, o nosso silêncio partilhado devido a beijos e respirações ofegantes tem pouca importância.
Parece que foi há um ano e meio que fazíamos amor em camas que não eram as nossas. E fazíamos. Mas desde que deixei de te ouvir que não me recordo das noites que passámos acordados a criar amor com suor, com saliva ou apenas com palavras.
Parece que foi há quase dois anos que te conheci. E conheci. Mas desde que te foste embora que não te reconheço então não sei entender se algum dia eu realmente soube quem verdadeiramente és.
Parece que te escrevo por amor. E escrevo. Mas desde que ganhei maturidade entendi que a minha escrita traduz o sentimento que existiu mas que já não existe, seguro sentimentos que já não existem nas frases que coloco em papel.
Parece que já não te amo há meio ano. E não amo. Mas desde do momento que acreditei que quem deixa de amar nunca amou não queria confrontar a realidade então mentia a mim mesma e prometia que te amava quando o que sentia era tudo menos amor, chama-lhe obsessão, rancor ou saudades mas não era definitivamente amor.
Parece que me amaste há uns meses atrás. E amaste. Mas o teu sentimento acabou tão bruscamente e sem explicação que o teu amor hoje a pouco me sabe e todas as memórias que tenho tuas são para me questionar da intensidade do que sentias quando eu estava no pico de qualquer sensação sempre que estava contigo.
Parece que já não estou contigo há uns sete meses. E não estou. Mas qual era a vantagem de te olhar mas não te ver, de te tocar mas não te sentir e como deves imaginar seria nenhuma então não choro ou sinto qualquer tristeza por não trocar palavras ou encontros casuais contigo.
Parece que nunca te vou esquecer. E não vou. Mas vou e já aprendi a viver com o passado que partilhámos juntos mesmo que o presente não nos una minimamente mas agradeço tal facto pois o minimamente mataria-me aos poucos, prefiro não te ter completamente do ter um pedaço o que antes tinha por inteiro.
-mm
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Identifiquei-me muito no teu texto, conseguis-te escrever exatamente aquilo que sinto. Escreves muito bem :)
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