Escrevo e amo sem pensar e ainda estou à espera que a vida me diga se é um defeito ou uma qualidade.
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
Possibilidade que não te dei
Na tentativa de esquecimento de um corpo que não o teu entrei na tua cama. Não sabia que cor gostavas, o porquê de o teu quarto ter fotografias de ti em criança se dizias que era uma altura que querias esquecer. Não sabia onde te tocar mas sabia o corpo dele de cor. Tinha medo de te mostrar o meu corpo nu e que tu não soubesses os pontos onde devias tocar como ele sabia e como eu me lembrava que ele sabia.
O meu corpo para ti era uma página em branco que querias escrever mas desististe a meio. Nunca te percebi.
No meio de um silêncio devastador e de noites de suor fui capaz de te dizer que estavas a fazer com que esquecesse o meu passado mesmo que não soubesses o nome dele. Acho que nunca acreditaste e na altura também eu não tinha certezas por isso quando decidiste ir eu não questionei o porquê do final mas sim do começo. Porque razão terias chegado se nem lutaste para uma continuação ou resultados?
Foste uma borracha, a razão do apagão da minha história com ele e nunca te agradeci por isso. Obrigada.
Amar-te não me doeu. Nem um bocadinho. E eu sempre pensava que amar era uma dor infinita até me apareceres numa sexta feira a tarde com um bilhete de cinema porque estavas cansado do meu quarto que tinha as paredes com o nome dele, disse-te que não, que não queria que as ruas tivessem o nosso nome. Queria ter-te no meu canto, nos meus lençóis e nada mais. Não queria mostrar ao mundo que eu própria estava a desistir de um amor que dizia que ia lutar uma vida inteira.
Não fizemos amor, não sei de quem é a culpa. Talvez minha porque não permiti que acontecesse em tão pouco tempo ou tua que desististe logo no início. Fodiamos na esperança de apagar um amor morto que ainda vivia em mim. Cumprimos o objetivo sem saber. Despedimo-nos por desistência. Ambos não acreditávamos quando afirmava que eras tu que preferia na minha cama e aos sábados durante a tarde.
Talvez tenha saudades tuas pois agora apercebo-me que não tenho saudades dele.
Não te peço para voltares porque nunca realmente aqui estiveste mas afirmo que se quiseres tens agora essa possibilidade. A possibilidade que não te dei. Hoje já consigo ir ao cinema.
-mm
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